“Os Bernardos” de Miguel Vilas Boas

Apresentação do Livro “Os Bernardos” dia 13 de junho às 21h30 de Miguel Vilas Boas, uma obra que retrata com sensibilidade e autenticidade a vida e memória de uma comunidade portuguesa marcada por tradições, trabalho e desafios sociais.

Este romance presta homenagem às histórias muitas vezes anónimas de homens e mulheres que moldaram a nossa história coletiva, ligando personagens ficcionais a factos reais da sociedade portuguesa entre os séculos XIX e XX. A narrativa destaca valores como a resiliência, a identidade local, a emigração e as transformações sociais da época.

Miguel Vilas Boas, natural de Barcelos, teve uma vida rica em experiências internacionais, desde a emigração clandestina até ao ensino e voluntariado, o que confere à sua escrita uma profunda sensibilidade social e humana.

A apresentação contará com a participação de José Gomes Campinho, professor e voluntário de longa data na comunidade local, que fará a abertura do evento. Este lançamento é uma oportunidade para valorizar a literatura nacional, preservar a memória coletiva e promover a cultura no nosso concelho.

Miguel Vilas Boas nasceu no concelho de Barcelos. Apesar do desejo de ingressar no seminário para seguir a vida sacerdotal, foi encaminhado para o mundo do trabalho desde cedo, exercendo funções como ajudante de trolha e moço de fábrica. Aos 17 anos, iniciou a sua carreira na hotelaria, passando por Santarém, a Costa do Estoril e, posteriormente, pelo Algarve, nos primórdios do turismo na região.

Cumprido o serviço militar e impedido de obter passaporte, em 1969 emigrou clandestinamente para França, atravessando a pé a Serra da Gata, a partir de Penamacor. Em Paris, trabalhou na receção de hotéis, estudou línguas e manteve contacto com figuras da oposição ao regime salazarista, até ao 25 de Abril de 1974.

Com vontade de conhecer o mundo, embarcou num navio e trabalhou em cruzeiros no Mediterrâneo, Austrália e Nova Zelândia. Entre 1975 e 1980 viveu no Canadá, onde colaborou, em regime voluntário, com o jornal O Democrata, dirigido à comunidade portuguesa. Concluiu o curso de Proficiência em Inglês na Universidade McGill, em Montreal.

De regresso a Portugal, licenciou-se em Português-Inglês na Universidade do Minho e lecionou em várias escolas secundárias. Frequentou ainda o curso de Direito na Universidade Lusíada, no Porto, até ao terceiro ano. Aposentado, continua a dedicar-se ao ensino de Inglês como voluntário.

Com uma vida marcada por múltiplas experiências internacionais, mantém-se um leitor compulsivo e atento às questões sociais, sensibilizado pelas desigualdades que observou em diversos pontos do mundo, da Europa à Oceânia.

José Gomes Campinho é natural de Pereira, concelho de Barcelos, e reside em Rio Covo (Santa Eugénia). Frequentou os seminários da Sociedade Missionária da Boa Nova, onde concluiu o 3.º ano de Estudos Teológicos. Cumpriu serviço militar na Metrópole e na Guiné, entre 1973 e 1974.

É bacharel em Filosofia e Humanidades pela Faculdade de Filosofia de Braga e realizou a Profissionalização em Serviço na Escola Secundária Alfredo da Silva, no Barreiro. A partir de 1983/84, lecionou na Escola Secundária de Barcelos, onde ensinou Português, Latim, Grego e Iniciação ao Jornalismo, tendo completado a licenciatura em Humanidades e integrado diversas equipas diretivas. 

Aposentado desde 2008, tem-se dedicado ao voluntariado, primeiro na Associação Humanitária de Rio Covo (Santa Eugénia), da qual foi fundador e dirigente, e depois na Universidade Sénior de Barcelos, onde foi aluno, professor e dirigente. Atualmente, continua ligado à instituição como aluno de Música e professor da disciplina de Língua, Cultura e Comunicação.