O FIM ESTÁ NO PRINCÍPIO E, APESAR DE TUDO, CONTINUAMOS. Olhamos à volta e não vemos ou procuramos não ver. Se vemos, quase não acreditamos. Se vemos melhor, a miséria está aí. Perto, dentro de portas. Na casa ao lado. Na rua de cima. Longe, filtrada pelo ecrã, distorcida pela narrativa, real nos corpos mutilados, nos mortos-vivos, nos vivos-mortos. Mais perto ainda, dentro de nós. Se olharmos com uma boa lente, de grande alcance, uma lente que atravesse tempo e espaço, reconheceremos a eternidade, a inevitabilidade, a absurdidade de tudo isto. E o humano, demasiado humano, profundamente desumano, portanto, de tudo isto. Também nas palavras, repetidas, gastas, fragmentadas, gastas, reditas, gastas, e continuadas, sem descanso. À procura do sentido inexistente, negado, reiteradamente negado, do que que somos, quem, quando, onde, porquê - para quê, afinal. Esta é a matéria de Beckett, esta é a matéria dos dias que vivemos. Esperança? Residual, uma partícula no universo. No Teatro, talvez, ainda, apesar de tudo.
Ficha Artística:
Texto: Samuel Beckett
Tradução: Sílvia Brito
Encenação: Sílvia Brito
Elenco: André Laires, Carlos Feio, Eduarda Filipa, Rogério Boane
Cenografia e adereços: António Jorge Figurinos: Manuela Bronze Guarda-Roupa,
Confeção: Mónica Melo Espaço
Sonoro: Grasiela Muller
Desenho de luz: Nilton Teixeira
outubro
11 out. • 21h30
Horário
21h30
Theatro Gil Vicente
Largo Dr. Martins de Lima
Público
M12
Descontos
Cartão Quadrilátero
Pessoas com deficiência e acompanhante
Companhia de Teatro
Companhia de Teatro de Braga
Preço
Município de Barcelos - Theatro Gil Vicente
Promotor
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